Manifestantes que apoiam a empresa Telexfree fecharam
os acessos ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em
Brasília, na manhã desta terça-feira (23), causando transtornos a
passageiros e a motoristas que passam pelo local. A empresa é suspeita
de montar um esquema de pirâmide financeira. A Telexfree nega.
O protesto começou com uma carreata e se transformou em um bloqueio das
vias, nos sentidos de entrada e saída do terminal. Às 11h, o
engarrafamento na região por causa do protesto começava na altura do
balão do aeroporto e causava reflexos em várias outras vias de acesso a
Brasília, como a EPGU. Por volta das 11h30, os manifestantes liberaram
uma faixa de cada sentido da via.
A empresa está sendo investigada pelo Ministério Público em vários
estados, por suspeita de operar um esquema de pirâmide financeira,
considerado crime contra a economia popular. Os divulgadores da empresa
alegam que a Telexfree sempre honrou seus compromissos. A empresa já recorreu das decisões da Justiça que impediam o funcionamento da empresa em alguns estados, como o Acre.
Cerca de 700 manifestantes participavam da manifestação por volta das
11h. Com faixas e cartazes, o grupo fechou as vias de acesso ao
aeroporto. Com isso, passageiros deixavam os carros e táxis seguiam a pé
para o terminal, carregando as malas para não perder os voos.
Ao meio-dia, os manifestanets liberaram o acesso ao aeroporto e
seguiram em carreata com cerca de 50 veículos para a região central de
Brasília.
Investigação
Segundo o Ministério Público, a Telexfree utiliza como “disfarce” um
tipo de estratégia empresarial conhecido marketing multinível, quando
ocorre a distribuição de bens e serviços e divulgação dos produtos por
revendores independentes que faturam em cima do percentual de vendas.
A Polícia Federal informou no início do mês que abriria uma
investigação para apurar as suspeitas de atividades ilegais da empresa
Telexfree (Ympactus Comercial LTDA). A determinação foi encaminhada pelo
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A pasta já havia anunciado,
em junho, a instauração de um processo administrativo contra a
companhia.
Desde o início do ano, a Secretaria Nacional do Consumidor apura
denúncias contra a Telexfree encaminhadas pelos Procons estaduais e pelo
Ministério Público do Acre. O Ministério da Justiça também analisa a
suspeita de ofensa ao Código de Defesa do Consumidor, como falta de
boa-fé nas relações de consumo e publicidade enganosa.
Em entrevista ao G1 no final de junho, o advogado da empresa, Horst Fuchs, negou qualquer ocorrência de fraude ou prática de pirâmide financeira.
"Vamos nos defender e colaborar com todas as investigações, como sempre
fizemos, para mostrar que o que a Telexfree faz não é pirâmide e sim
marketing de rede", disse o advogado". Já faz um ano que a empresa está
sendo investigada, mas a questão é que não há no país uma legislação que
trate de marketing de rede. Por isso, exortamos que o Congresso legisle
sobre esta matéria", acrescentou.
Fonte: G1
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